
- Meninos bem vestidos e aperaltados, quer sejam duma família abastada ou duma família à beira de passar a vida debaixo da ponte;
- Onde a mais escandalosa palavra usada não passa dum severo bolas ou mesmo chiça, havendo momento de loucura em que lá foge um fónix e, ainda um inovador, mas não menos ofensivo métrix;
- As ternurentas expressões faciais, carregadas de emoção, onde uma mosca poderia passar um dia inteiro pousada que não sentiria qualquer tipo de movimento muscular/brusco forte o suficiente para a assustar (a não ser que tivesse a infelicidade de pousar nos lábios e aí já teria que procurar outro paradeiro). Porém, dá-nos a sensação de que aquelas expressões carregadas de nada transmitem alguma preocupação, ou até mesmo aflição, porém não estou certo se o que precisam é de um Rennie ou de um Imodium, ou até de um colchão, tantas as vezes que parece que vão sucumbir para o lado com a força que fazem para se recordarem do que têm a dizer;
- A forma como todos comunicam, quase a gritar, porém ninguém à sua volta parece a ouvir, agindo tão.. normalmente (que valentes figurinos brotam deste solo lusitano!).
- O excessivo consumo de sumos naturais. Opah, quem é que no calor da noite, numa discoteca a 'bombar' se chega ao bar e pede um sumo natural fresquinho e com palhinha, que hoje 'tá calor? Métrix!;
- A forma ordeira e pacífica, ou até mesmo exemplar, de como decorrem as aulas, conversas de bar e as discussões. Basicamente tudo que englobe diálogo. Ali não existe sobreposição de diálogos. Para quê? Não estamos perante a magistral sátira do burgo? Estamos pois!
- Quem é que no seu telemóvel tem os seus contactos registados como Ana Silva, Bruno Gonçalves, Maria Fernandes e não como Anokas, Costa, Mary (peçam o telemóvel emprestado a qualquer menina lisboeta e confirmem). Quem é que ainda usa o trrim trrim como toque? Quem é que ainda usa telemóveis sem câmara fotográfica? Todas as personagem desta Epopeia. Nem Homero se lembraria de actos tão heroicos como estes!
A vida relatada de forma pragmática e sincera. A vida de jovens à procura do seu itinerário. A vida de relações pintadas de rosa.
A vida tal como ela é... na cabeça das nossas mães