segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Top Musical 2009! (ou o primeiro cliché dos clichés!

Como prometido no fim da semana passada, aqui está o blog de volta ao activo, agora que me encontro em pausa natalícia! Portanto, é agora que isto morre de vez! Ou então não...

E assim em modo ligeiro, eis que apresento aquelas que foram, para mim, as músicas que mais se destacaram neste bonito ano que parece que está a terminar, não é?

É um todo com estilos bastante diferentes, mas quem gosta de música não se restringe a um único género. Tem que se beber de todas as fontes, que isto da sede musical é mais bonito do que parece!

Primeiro vamos esclarecer aqui uma pequena situação. Este ano não me entreguei muito à música (aliás, como no ano passado), tendo esse meu vicio sido substituído pela pesquisa de novos e antigos filmes e novas e antigas séries televisivas. Mas continuo a ser um enorme apreciador da arte musical. Sem mais delongas, ei-lo:

O MAJESTOSO TOP5 MUSICAL DE 2009! (o critério parte mais do conceito de single do ano):

5: PAPARAZZI (versão acústica), Lady GaGa

Ora aqui está algo que pode parecer estranho para muita gente (principalmente para quem me conhece melhor), mas é verdade! Eu gosto de Lady GaGa! (Muito) Mais precisamente desta música. Principalmente da versão acústica. Ai, a versão acústica...
Esta música apareceu na minha vida muito por acaso, num daqueles "zappings" (pode-se chamar zapping?) desenfreados, no you tube. E logo ali fiquei em choque pelas tremendas capacidades musicais da mulher (?) do momento. Uma poderosa voz aliada a um bom domínio do piano, a uma letra inteligente e a uma dinâmica musical, sem esquecer a irreverência de GaGa, com um refrão muito catchy, típico das canções pop/comerciais, esta música é realmente uma vencedora. Volto a frisar, a versão acústica. A original não está má, mas longe da magnitude da que aqui vos descrevo. Deixo-vos então esta bonita canção!




4: DECODE, Paramore

O single atribuído a um dos filmes de maior (discutível) sucesso deste ano, Twilight, Decode é uma música que muito garanhão tenta fugir dado a esse mesmo facto. No entanto, como fã mais que confesso de Paramore, era de mau tom deixar esta portentosa música arredada por algo que me passa ao lado. Decode é então uma musica muito sólida, forte, aguerrida, arriscaria mesmo a dizer que é das melhores desta jovem banda americana, que de álbum para álbum evolui de uma forma astronómica. Uma enorme ajuda para o poder desta cançoneta não ficar pelo caminho é a voz de Hayley Williams acompanhada por um conjunto de jovens músicos muito competentes. Há quanto tempo não se ouvia uma voz assim no rock?




3: THE FIXER, Pearl Jam

Sabe sempre bem ver uma grande banda de volta, principalmente quando nos presenteiam com um álbum como Backspacer. The Fixer aparece mais numa de representar um belo álbum da banda de Eddie Vedder, do que single uno. No entanto, não deixa de ser uma música poderosa, divertida, bem ao estilo de Pearl Jam. E a não esquecer que eles cá estarão novamente no Optimus Alive 2010!



2: USE SOMEBODY, Kings of Leon

Foi com enorme surpresa que os Kings of Leon mostraram ao mundo o seu último álbum de originais, Only By the Night, que nos mostra algo que tardava em surgir: estes senhores são uns músicos do catano! Acima de tudo, uns grandes criadores! Com este monumento musical, apercebemo-nos cada vez mais que as grande músicas fazem-se em torno da simplicidade. Uma das musicas com maior airplay este ano nas rádios mundiais, um êxito de vendas, um bombom para os nossos ouvidos! Parabéns, miúdos!



E em primeirissimo lugar....

1: TIME FLIES, Porcupine Tree

É verdade sim senhor! Os Porcupine Tree, infelizmente uma banda pouco conhecido do publico português, e talvez uma das melhores dos últimos anos, limitaram-se a comprovar esse titulo com o álbum The Incident, um majestoso tributo à arte musical (mais um), um álbum onde todas as músicas se fundem numa só, tornando-o memorável. Time flies surge como primeiro single e, assim como The Fixer, dos Pearl Jam, aparece mais numa de representar o álbum, do que o single em si. Mas trata-se de uma "musica avião", pois ao entrarmos nela, voamos para sítios onde nunca imaginaríamos estar, uma característica mais que vincada na discografia desta banda inglesa. Um música fantástica, numa álbum divinamente conseguido. Agora, é só esperar, e esperar... esperar esperar esperar e esperar por mais um pedaço de céu que saia do estúdio deste senhores!




Há gente que nasce com a estrelinha ao lado...

Postal de Natal 2009 - Merry Christmas! - Videos David Fonseca

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A partir da próxima semana...

Irmandade do Urso volta em PESOOOOO! Sim, sou capaz de estar mais gordo... opah! (DES)LARGUEM-ME!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

É já amanhã...

... no Incrível Almadense!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

The Last Day of Summer

Um grande música num triste dia.

See you next year, Summer boy!


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CinURSOteca: A arte de ser Tarantino

(poderá conter um ou outro spoiler!)

Após um longo período de férias longe da blogosfera (período esse que coincidiu com o reaparecimento do outro urso!), vejo-me hoje obrigado a postar porque há algo dentro de mim que tem vida própria e quer sair cá para fora. E hoje foi completamente impossível prendê-lo: estou cada vez mais apaixonado por Tarantino! Arriscaria dizer que esta paixão vai deixando para trás outro enorme amor, aka Stanley Kubrick. Não, não falo em divórcio, estamos estáveis. Mas, a partir do momento que alguém que já não deve nada à industria do cinema nem precisa de se mostrar muito para ficar nos anais da história da 7ª arte (muito por culpa do mais que fantástico Pulp Fiction, assim como do engenhoso plano atribuído à 'Noiva', para matar Bill), eis que se lembra de dar mais do que asas a um projecto já antigo e chegar onde a história real teimou em chegar e onde a história ficcional teima em não alcançar (carece de fonte!). Falo-vos, portanto, dos incríveis Sacanas Sem Lei e da desfigurante morte que impuseram ao Führer.
Sinceramente, são poucas as palavras que consigo arranjar para descrever este filme e acho que me vou ficar pelo 'Que filme do camindro, oh catano!'. O que é bastante injusto, pois toda aquela panóplia de planos esteticamente perfeitos, onde tudo é pensado ao mais ínfimo pormenor, em que aqueles diálogos de meia hora sobre nada (o que já se tornou uma imagem de marca do LORD Tarantino) nos ensinam mais do que o mais elaborado estudo filosófico. Porque os filmes de Tarantino são isso mesmo, pequenas bíblias filosóficas, onde a evolução segundo Darwin ou a teoria heliocêntrica de Copérnico soam a banalidades comparadas com as teorias criadas à volta do conteúdo de Like a Virgin de Madonna (Reservoir Dogs) ou de como se pede um hamburguer no McDonalds em França (Pulp Fiction).

Não me querendo alongar neste post de regresso ao activo deste urso, devo apenas acrescentar que foi uma enorme surpresa a prestação de Brad Pitt, que parece estar a acordar agora para uma grande carreira e dar os meus parabéns para a mais que brilhante prestação de um desconhecido até então, o austriaco Christoph Waltz, materializando uma das personagens mais completas do universo Tarantiniesco, e sem duvida um grande candidato às nomeações lá para o principio do próximo ano!

Por isso tudo isto e muito (mas mesmo muito) mais, não deixem os sacanas escapar. E agarrem LORD Tarantino com as duas mãos, se possivel, banhadas em super cola 3! (por que raio se chamará super cola 3? existe uma 1 e uma 2? se existe, onde estão? é que nem soa bem!)

sábado, 29 de agosto de 2009

H+

Ahem, escreveu ele ignorando o seu desaparecimento misterioso que poderá ou não estar relacionado a seres doutros mundos. Pode ter sido, vocês não sabem. Cambada de sabichões...


Não sei se estão familiarizados com o termo "Transhumanismo", nem se sabem o que isso significa, mas como considero ser um tema interessante e causa de bastante discórdia (e como o blogue é bastante vago e... hum... interessante, espero eu) vou agora falar um pouco disso.

O Transhumanismo pode-se definir como um movimento que tem como objectivo últmimo a fusão derradeira do Homem e da ciência, ou seja literalmente transformar os Homens em algo mais do que isso, com capacidades melhoradas, novas propriedades físicas e mentais e, no geral, seres humanos superiores. O seu símbolo é o H+, sendo que o H significa humano (human) e o "mais" corresponde à superioridade do Homem com melhoramentos genéticos e partes modificadas.

Basicamente, os transhumanistas propõem que nos podemos tornar em seres humanos superiores com a ajuda da ciência e, basicamente, tornar-nos numa espécie de humanos-ciborgues. Teorizam também que com estas mudanças a humanidade sofreria uma revolução no que diz respeito à doença e malnutrição, e que a pobreza reduziria significativamente. Deduzem que uma mudança destas não só levaria a humanidade ao próximo passo da evolução, como também revolucionará a própria visão que temos do mundo de uns dos outros, pois uma das inovações mais próximas de se tornar realidade são os chips implementados na cabeça que nos farão comunicar mais claramente com a pessoa desejada; de certa forma, unir cérebros.

Os mais ambiciosos / sonhadores dizem até ser possível atingir a tão cobiçada imortalidade através da utilização da ciência.

Já agora, se estão a pensar que tudo isto é demasiado fictício e que nada isto tem que nos preocupar pois o futuro ainda vai longe, fiquem sabendo que as expectativas dos especialistas na matéria deduzem que dentro de 20 anos os robôs substituirão os soldados no campo de batalha, e que dentro de 25/30 anos deduz-se que mais de metade da população ocidental tenha sido implementada com chips ou tido alguma parte do corpo modificada.

Mas nem tudo é assim tão simples;
que estas modificações serão possíveis, mais cedo ou mais tarde, é uma realidade aceite por até o mais céptico dos cientistas. Agora entra a questão da ética.

Quase toda a gente aceita modificações quando são para curar doenças ou para melhorar a comunicação, entre outras. Mas no que diz questão a transformar os humanos em verdadeiros "ciborgues", que não precisam de dormir, que são mais modificados do que humanos, e que têm mais chips na cabeça que um computador, há muitos que são contra o trabalho que os transhumanistas tentam atingir.

Afinal, será mesmo sábio, caso fosse possível, conceder a imortalidade a toda a gente? Que implicações é que isso teria na sociedade?
Ou num plano mais real, quais seriam as implicações de uma sociedade que não dorme? Ou o que aconteceria à privacidade de cada um se as nossas mentes pudessem ser acedidads por um hacker tão facilmente como um computador?

As questões das vantagens e desvantagens são muitas, a as discórdias no que diz respeito à ética e à moral são mais que óbvias.
Uns poucos dizem que o ser humano é sempre adverso à mudança, e tem medo do desconhecido, mas que eventualmente se adaptaria às suas novas condições. Uns tantos outros dizem que a linha entre melhorar o ser humano e perder a humanidade é demasiado ténues. E vocês, que dizem?



P.S.1: Umas das razões pela qual este tema me fascina é porque está directamente relacionado à já mencionada saga Deus Ex 8) Se acham isto interessante, joguem o jogo pelamordedeus!
P.S.2: Para os interessados no tranhumanismo, http://humanityplus.org/ e http://transhumanista.no.sapo.pt/

segunda-feira, 6 de julho de 2009

mURSicoteca: Amália Hoje


Hoje abro aqui mais um rubrica neste espacinho nos confins deste mar que é a Internet. Como é previsível pelo aparvalhado titulo que lhe dei, é uma rubrica dedicada à música que anda a circular pela minha playlist. E o visado de hoje, na inauguração deste espaço, é um CD que muito me surpreendeu e que certamente todos já ouviram falar: Amália Hoje.
A ideia da concepção deste CD saiu da cabeça de Nuno Gonçalves, mentor dos The Gift, que para este processo de modernização das músicas de Amália, uniu as vozes de Sónia Tavares (The Gift), Fernando Ribeiro (Moonspell) e Paulo Praça (ex-Turbo Junkie).

E o que leva este CD a ter o direito de estrear a mURSicoteca? Podia simplesmente dizer: 'Epah, ouçam-no e logo vêm!'. Mas como estou com bastante tempo livre, posso me perder em palavras à vontade, para gáudio do leitor (NOT!). Portanto, acima de tudo, a orquestração das músicas é exímia, muito graças à participação da orquestra de Londres que dá uma força extra às já fortes músicas da fadista. Mas engane-se quem pense que é só mais um disco de tributo à diva do fado! O cuidado de Nuno Gonçalves em transpor alguns dos mais aclamados fados de Amália para uma sonoridade mais século XXI é enorme, abrindo as portas a várias culturas musicais, desde a bossa nova, ao rock mais experimental, passando pela pop electrónica.

Amália hoje é então um dos melhores e mais portentosos projectos criados em solo nacional nos últimos tempos. Se for para continuar neste caminho, parece que o nosso país sempre tem futuro!

Deixo-vos aqui a musica mais assombrosa do CD, um versão mais que fantástica de Gaivota, na bela voz de Sónia Tavares:




E um pequeno aparte, fora do CD. Uma interpretação também brilhante de Gaivota, por parte da banda algarvia, Iris:

terça-feira, 30 de junho de 2009

Moonwalking to the grave



Até sempre.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sem Pio

Olá amiguinhos!

Após quase um mês de ausência, ainda desolado com o fim de scrubs, é com alguma alegria que venho partilhar convosco um projecto por mim realizado, com a ajuda da minha bela namorada e três colegas (um especial obrigado ao Nuno, o actor da trama). Trata-se de uma curta metragem, elaborada para a disciplina de Cinema, estando eu a 'tirar' o curso de Jornalismo (embora seja mais para o lado da escrita criativa que quero cair).
De salientar que o som ainda não se encontra na sua fase final. Irei regravar a voz, que está demasiado apática e monocórdica, e regular melhor o volume musical.

Assim sendo, aqui fica o video, que trata da angústia de perder alguém, dividido em dois, devido às limitações do you tube.

Parte 1



Parte 2




Guião:

Foi fogo. Sim, foi fogo que acordou o rastilho para a tua suave eclosão. Em tons de amarelo surgiste e em incolor nevoeiro em mim perpetuaste. De delicado feno criaste o ninho em que nos tornámos eternos. Mas afinal, nada é eterno. Para sempre vivemos. Mas para sempre foi um instante. Nada perdurou. Tudo acontece no tempo de um cigarro. E tu aconteceste numa baforada.
Não pergunto ‘porquê tu?’. Todos vamos desaparecer um dia, mais tarde ou cedo. Pergunto antes ‘porquê a mim?’. No meio de tanta gente, porquê logo eu? No meio de tanta tragédia, porquê escolher logo este desgraçado? Que deserto este em que me deixaste que nem oásis de ti despontam. Que deserto este que nem o sol quer aparecer e sozinho eu merecer estar.
Podíamos ter sido mais. Ter ido onde nunca ninguém me levou. Mas num voo picado, sem esteira nem rede, sem cama nem colchão, foste onde não te posso trazer de volta. E eu… eu… que podia eu fazer? Se ainda aí estiveres, desculpa-me.
Não há garrafa que valha o que não fiz por ti. Mas aquela garrafa… tinha que ser aquela, apenas aquela. Aquela garrafa custou o teu adeus. Podia ser mais um desencontro de ideias ou uma dissertação de erros meus. Mas não. Foi apenas aquela garrafa. E aquela luz. E aquele travão. Que me travasse antes a mim…
Voavas sem parar, sonhando ou não. Mas logo naquele dia tinhas que experimentar o conforto de um Astra. Logo comigo é que tinha que acontecer. Afinal, que mal assim tão grande fiz eu, Deus? Deus? Que Deus… que Deus este rouba os seus mais perfeitos filhos no despoletar da vida! Que Deus este que nos cortou como um folha velha. Que nos queimou como um tronco seco. Que nos rasgou como… como… Era apenas uma garrafa, duas no máximo, iguais a tantas outras…. E pagaste tu por isso. Agora cobro eu essa conta. Conta duma morte que eu próprio encomendei, mesmo sendo outra mente que possuía o meu corpo. Outra mente e duas garrafas. Só duas. E não foi a falta de aviso. Bem me dizias que elas ainda nos iriam matar aos dois. Poucas vezes havia erros nas tuas palavras, mas as metáforas nunca foram o teu forte. Já eu usava-as para dissimular todas as vezes que as garrafas me tocavam. Era esse o meu forte e não as minhas músicas, como tu tanto defendias. Eras a única a ouvi-las. Eram só tuas, pois para mais ninguém tocava. Num só acorde e a tua atenção era só minha. Soltava um Sol, já te tinha a meus braços. Alternava entre um Dó e um Fá e a noite era nossa. Ao fim de um Mi a melodia envolvia-nos e entre Rés e Sis pairávamos sobre o nosso reino sagrado. O nosso ninho. Com um dedilhado de Lá matei-te. É neste enredo sem regras que os mais fortes perecem e os mais fracos se juntam à volta da fogueira e se enaltecem em bélicas melodias.
Não fomos criados para viver nesta era. Nunca serias escrava de ninguém nem gladiadora para ninguém. Nunca serias plebe nem povo. Não! Noutra era serias Spartacus ou Leónidas. Serias a voz de uma nação como foi William Wallace. Não serias Cleópatra, porque ela cairia a teus pés. Na nossa era, apenas tiveste tempo de salvar uma putrefacta alma que para te agradecer, te cortou o pio. Com que direito? Se alguém tem o direito de excluir do nosso presente, que sejas tu. Tiravas-me um fardo de cima, já que o de te perder não sossega.
O difícil que é ter-te apenas na recordação e não te poder materializar. Mais difícil é não te poder mais ver pelos céus, posando em nuvens de veludo e acariciando-me com palmas de ceda. Eras feita de casca de ovo. O que nos riamos por causa disso. Tão frágil para tanto tamanho. Preenchias-me de tal forma que pensei clonar-me, porque não havia mais espaço dentro de mim, de tanto que ocupavas. E agora? Desapareces e permaneces em mim? Quão justo pode ser? Mas afinal, o que é a justiça na morte? É uma criança morrer a brincar no jardim e um terrorista sobreviver no meio de explosões? Se há justiça neste presente, ainda está para chegar dum futuro ainda sem sombra.
Porque é que não passa? Esta dor intensifica-se a cada lufada de ar e já me agonia o pensar em respirar. Cada vez sinto menos vontade de o fazer. É como agulhas que se cravam pelo corpo adentro, tatuando um horrendo ardor que nem o frio polar conseguirá cessar. O mal que me fazes. Contigo aprendi a sorrir quando me apetecia fugir de tudo. Não fossem aquelas garrafas e podias tentar mais uma vez. Mas agora, se sorrir, desvaneço. Puxo um cigarro e logo a seguir vem outro, sempre à espera que me peças para largar isto de vez. Mas este sempre transformou-se numa eternidade e tu nunca mais me pedirás tal coisa. Apenas o vento me lembra que ainda sinto. Levaste contigo tudo o que de mim restava e agora sou um saco vazio, outrora recheado de compras, hoje voando ao sabor do vento. Ao menos que te encontre numa nuvem. Mas não estás lá. Eu fiz com que nunca mais estivesses. Para me lembrar de ti, incendeio-me em mais um cigarro e penso no bem que me fazias evitando que eu o fumasse. Já viste isto? Já só falo de ti no passado. Mas cada vez mais sei que és futuro.
Enquanto vou pela estrada, imagino o tipo de pessoa que serei sem ti e a minha única salvação está na gentileza de um atropelamento. Mas a cena não se afigura na minha cabeça. Sabes que nunca gostei de dar nas vistas. A caminho de casa lembro-me que estou com fome, e a ideia de saltar refeições parece-me à primeira vista a saída desta prisão. Mas chegaria mais rapidamente ao inferno na terra do que às nuvens contigo. Tento livrar-me destes pensamentos, mas foste tu que começaste. Sabes que a morte sempre me assustou, mas agora apenas a tua ausência me atormenta e a morte não passa de uma mosca. Estou mais que cansado e uma cama fazia-me bem. Mas tu estives lá. O cheiro continua intenso e consigo mesmo ouvir a tua voz. Então, porque raios não te sinto?
O caminho até ti parece encurtar-se, mas a estrada continua longa e não sei se é uma jornada que eu queira fazer. A reflexão é madrasta mas a tua ausência também. A escolha é minha.
Até já, meu amor.

terça-feira, 12 de maio de 2009

My Finale!

Antes de tudo, olá! Bem dispostos? Ora, ainda bem!

Após este bocejo de simpatia, engane-se quem pensa que venho com este sugestivo título anunciar o fim desta Irmandade! Pronto, só para que conste!

Vou directo ao assunto, porque esconde-lo dói ainda mais... Chegou ao fim (talvez) a melhor e mais importante série de sempre. É verdade! Se são fieis seguidores deste blog (cof, cof), desde o primeiro post, saberão à partida que a série a que me refiro é SCRUBS (ou Médicos e Estagiários, segundo a tradução portuguesa), uma série saida da cabeça do brilhante Bill Lawrence. A sua importância é sobejamente conhecida, a partir do momento que é devido a SCRUBS que este blog possui este aparvalhado nome (justificação aqui). E é a melhor por uma união avassaladora de factos, que por uma ou outra razão fogem a outras séries.

SCRUBS não é uma simples sitcom, (até porque não tem as irritantes gargalhadas de fundo, tão usuais em séries do género) e muito menos mais uma série de médicos. Vai muito mais além dessa singela noção.
Desde os seus primeiros episódios que nos é oferecido um menu recheado de personagens do mais alto nível, criando-se logo à partida laços que perdurarão para (q
uase) todo o sempre. Como aperitivos, temos Janitor, o homem das limpezas, cujo seu hobbie preferido é infernizar a vida de JD, vindo logo a seguir a embalsamação de esquilos lutadores; Temos Tod, também conhecido pelo Hi Five Guy, um cirurgião ninfomaníaco sem grandes tabus nem sentido de vida; Ted, o advogado mais ineficaz do mundo, assim como a personagem mais terna de toda esta trama; Dr. Kelso, o director do Sacred Heart (hospital onde se desenrola a série), o diabo em pessoa, mas que no fundo é o "pai" de todos os que dele dependem. Como prato principal temos Carla, a enfermeira que irá guiar as personagens centrais rumo à sobrevivência no hospital; Turk, um dos pilares do enredo, melhor amigo de JD desde os tempos de liceu e um cirurgião de alto gabarito; Elliot, a menina bonita do Sacred Heart, irá ser o par romântico de JD, embora passe mais tempo nos "treinos" com outros moços. É uma rapariga bastante insegura em relação a si e psicótica em relação à vida; Dr. Cox, o idolo do JD , embora apenas o rebaixe e humilhe. Tem a capacidade impressionante de disparar palavras à velocidade da luz e quanto mais humilhantes forem, mais gozo lhe dará. É, no fundo, o pêndulo do hospital (o Dr. House do sitio, se quiserem). Tem ainda um ódio de estimação por Hugh Jackman. Como sobremesa, a melhor parte da refeição, temos John 'JD' Dorian, a personagem principal e fundamental de SCRUBS. Um rapaz extremamente sentimental, que necessita de bastante atenção. É em seu torno que se desenrola toda a história da série. Juntamente com Barney Stinson (How I Met Your Mother), a melhor personagem de sempre em séries de comédia!

Uma parte bastante fundamental na história de SCRUBS são os seus actores convidados, que adocicam ainda mais esta brilhante jornada pelos corredores de Sacred Heart, com especial destaque para Brendan Fraser, que oferece à serie o episódio mais emocionante de todos (My Screw Up). De destacar ainda My Phylosophy, onde temos um retrato belíssimo do que a morte pode ser. Mas um dos principais e mais marcantes episódios é sem dúvida My Musical, onde a equipa de médicos se debruça sobre uma paciente que apenas ouve musica. Ou seja, quando se dirigem a ela, esta ouve-os a cantar. Foi uma prova de fogo pôr todo o grupo de actores a cantar e a dançar, como se de um musical da Broadway se tratasse. Um episódio memorável!
Um pequeno exemplo:





SCRUBS parece realmente simples de definir, mas não o é. Ao contrário da maioria das séries de médicos, aqui não iremos ver grandes casos resolvidos todos os dias de forma quase miracolosa. Pelo contrário, temos a vida num hospital vivida como ela é verdadeiramente, onde a maioria dos casos são de fácil solução e onde muita gente chega para morrer. SCRUBS consegue-nos por a chorar a rir com a mesma facilidade que nos põe a chorar de emoção. Consegue-nos enervar, da mesma forma que nos põe de bem com a vida. E é tão particular, que faz com que nos aconcheguemos nela de forma bastante pessoal.

Desde os daydreams do JD (os seus mirabolantes sonhos acordados, que são no fundo aqueles pensamentos que passam pela cabeça do mais comum dos mortais, por vezes sem qualquer nexo e que temos vergonha de expressar), à maravilhastica realização e produção, ao melhor estilo de Hollywood, passando pela deliciosa banda sonora, assim como pelo magnifico grupo de actores, SCRUBS chegou, viu e venceu em terras do tio Sam e um bocado por todo o mundo, não tendo no entando pegado muito de estaca aqui nas terras do tio Socrates (passando quase despercebido pela Sic Radical, sem direito a edição em DVD!).

Oito anos passaram desde o primeiro episódio e foi com dignidade e brilhantismo que fizeram de SCRUBS algo que nunca se removerá de mim, por tudo o que revelei aqui e mais um bocadinho. É de pé que aplaudo o fenomenal momento final desta saga, que atentou a todos os pormenores e, acima de tudo, pensou em quem ficou. Até porque não é fácil fazer chorar este urso que vos escreve e é ainda emocionado que digitou estas últimas palavras deste post, daquela que ficará para sempre retida na minha memória como a melhor aventura de todos os tempos.

Obrigado, Bill Lawrence & Cia.



terça-feira, 28 de abril de 2009

Última Hora!!

Foi confirmado pela rádio Comercial hoje pela tarde algo que eu esperava com grande ansiedade há já alguns aninhos:

Green Day em Portugal!

Quão boa pode ser esta noticia, meus amigos?

Vêm apresentar o seu novo disco, que estará disponível no dia 15 de Maio, com o nome "21st Century Breakdown"!

O concerto acontecerá no dia 28 de Setembro, no Pavilhão Atlântico, e o bilhete rondará os 35€!

Sem duvida, um dos concertos que faltam na minha lista, que já vai extensa!

Para ouvirem a nova musica, vejam o video aqui em baixo!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

AJATunas -> Crato



Ora aqui está o cartaz da próxima grande actuação da TunaPapasMisto! Comemoração do 25 de Abril no Crato, com a tuna a concurso e mais outras três! Animação ainda com Deolinda e DJ Fernando Alvim! É isto!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cenas da Vida: A arte de ser (des)conhecido

Ultimamente tenho andado bastante virado para as capacidades impressionantes que o ser humano possui. E hoje, enquanto regressava a casa de uma consulta, depois de ter sido relembrado pela enésima vez, pela minha mãe, que estou realmente mais 'abastado' do que seria saudavelmente recomendado, premissa corroborada pelo senhor doutor, surgiu na minha cabeça uma realidade bastante interessante, e com a qual, certamente, todos estão familiarizados.

O facto é simples e consta basicamente nisto: todos temos uma particularidade que nos distingue dos outros. Uns mais, outros menos. Se se é gordo, alto... Se não se tem uma perna, um braço... Se se tem um cicatriz que percorre a face, de orelha em orelha... Todos temos algo em particular. Mas são sempre este tipo de casos que descrevi, os mais facilmente lembrados. Alguém se ia lembrar do João, filho do António? Claro que não! Mas certamente todos se lembrariam do João, o filho do António, que é coxo porque tropeçou num amendoim. Alguém se lembraria do Fernando, que cantava bem? Claro que não! 'Quem raios é o Fernando?'
'É o maricas, sem um braço!'
'Ah! Esse...'

Está dentro de todos nós. Ninguém sabe que o dono da loja se chama Amílcar. Apenas se sabe que só tem o indicador e o polegar da mão esquerda. E que não diz os L's.

É este o mundo em que vivemos. Uma sociedade mais que estereotipada, onde quem se demarca são os diferentes. Não aqueles que seguem as rotineiras modas.
Porém, não me interpretem mal! Não é meu objectivo que todos percam uma perna, ou cortem um dedo, ou sejam gordos. Apenas não há razão para querer ser quem não somos. Porque quer queiram quer não, o nome não importa. Apenas a imagem que é criada em torno de cada um. Podemos ser o coxo, o gago, o gordo, o preto, ou simplesmente o Manel. Falta no mundo, ao contrário do que se pensa, mais individualidade. Criem as vossas personagens diferentes dos vizinhos. Formem grupos heterogéneos. Sejam honestos fundamentalmente aos vossos princípios.
Ou apenas sejam.

-Olha lá, lembras-te do Pedro, daquele blog amaricado dos ursos?
-Epah, agora assim de repente não estou a ver...
-Opah, aquele gordo, com uma mosca que mais parece um besouro!
-Ah! Esse animal...


domingo, 5 de abril de 2009

"I will crawl away for good "


Quinze longos anos passaram desde a morte do líder da rebelde geração de 90.

Cinco anos bastaram para deixar para sempre tatuada a sua influência no panorama musical.

Goste-se ou não, é incontornável afirmar que um homem, uma caneta, um caderno, uma guitarra, um notável baixista e um lendário baterista tornaram a musica uma arte mais composta. Sem eles não teria sido o mesmo.

Sem ele, nada teria sido.

Um eterno bem haja.

Kurt Cobain
20/2/1967 - 5/4/1994


terça-feira, 24 de março de 2009

Cenas da Vida: O Sonho

O sonho é talvez o melhor e mais sofisticado transporte que o ser humano possui. O melhor porque nos permite viajar por sítios e tempos muitas vezes ainda por criar ou mesmo impossíveis de se materializarem. O mais sofisticado, porque corremos mundos e fundos, sem sequer nos deslocarmos. É das mais interessantes capacidades dessa máquina, movida a oxigénio, cujo fabricante é bastante discutível: o Homem.
O sonho é, acima de tudo, o grande motor da vida. Na minha cabeça, faz sentido pensar que se percorremos o nosso quotidiano a trabalhar ou a estudar é porque há uma meta a atingir. Essa meta é o sonho. Ou antes, um sonho. Ou uma conjugação de vários. Senão, qual seria o objectivo de acordar? Se não é para desbravarmos terrenos para colher a semente que plantámos, num sono distante, num sonho que insiste ficar tatuado na nossa memória, numa aconchegante fábula criada pelo nosso imaginário, então para quê acordar?

E qual a razão de hoje estar muito virado para a capacidade da nossa mente em divagar e em criar personagens da nossa pessoa num futuro entregue ao sucesso? A razão é simples e até poderá ser estranha, mas é, nada mais, nada menos que Jason Mraz. É verdade, meus caros leitores (se é que há sequer algum...).

Este ultimo fim-de-semana tive o prazer de ficar a conhecer melhor a obra desta jovem musico, que despoleta agora para o reconhecimento mundial e lembrei-me de tempos não muito longinquos (até porque na ternura dos meus 19 anos, nada é longínquo) em que tinha como sonho maior ser um reconhecido musico. Lembrei-me do quão excitante e emocionante é compor musicas e escrever letras, actividade que há muito não realizo. E principalmente, recordo uma importante peça deste meu sonho, uma das melhores pessoas que tenho a honra de conhecer e um dos melhores amigos que alguma vez terei, Paulo Melancia (a.k.a. Feio). Juntos partilhávamos deste entusiasmante objectivo (porém, prefiro chamar-lhe sonho) e devido a determinados factores, vimos goradas várias hipóteses de ladrilhar o seu caminho.


Quanto à associação a Jason Mraz, é mais lógica que parece. Eu partilho a minha paixão pela música de braço dados à guitarra (tal como J.M.) e o Melancia acompanhava-me sempre com os seus ritmos alucinantes no seu djembé/darbuka (tal como o 'pequeno' havaiano que acompanha Mraz). E juntos, criávamos mundos nossos que amávamos.

Enfim... agora é preferível dedicar-me à escrita, que a Universidade ainda é cara e o futuro dela depende.

Deixo-vos com duas bonitas cantilenas dessa grande artista, de seu nome Jason Mraz:






segunda-feira, 16 de março de 2009

Capotes Negros: Veredicto! - UPDATE


Quando todos os objectivos se atingem num festival, só uma palavra se pode usar: Orgulho.
Porém, outras podem vir por acréscimo, tais Sucesso, União, e a palavra de ordem: Enchente! Se não fosse a numerosa massa humana presente no nosso Capotes (cerca de 900, se não estou em erro), a recompensa seria deveras inferior.

Conclusão:

TÁ PODENDO OU NÃO TÁ PODENDO?

TÁ PODENDO!

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Um pequeno update aqui ao post! Surgiu no YouTube uma video-montagem da actuação da TUNAPAPASMISTO no VI Capotes Negros!






Oh para mim tão fofinho a tocar bombo na 'Laurinda'! E eu a pensar que o bandolim não se ouvia...

Gentilmente cedido pela veterana Sara!

terça-feira, 10 de março de 2009

Capotes Negros

O VI Capotes Negros, festival organizado pela TUNAPAPASMISTO, realiza-se esta Quarta-Feira, pelas 22h, no mercado municipal de Portalegre. Vai ser uma bela paródia!

domingo, 8 de março de 2009

Divagações de um adolescente aborrecido

Afinal de contas, o blogue é sobre 'coisas'... E eu gosto bastante de divagar (nunca fui muito rápido =x)

Ok eu paro.

Passando à frente:

Estava eu muito bem a ir para casa, de metro, na linha verde, na terceira carruagem a contar do fim, com um banco à minha frente com manchas demasiado suspeitas para pensar sequer na sua origem (demasiado pormenorizado?), quando um pensamento me passa pela cabeça: aqui estou eu, mais uma vez no meio de dezenas seres desconhecidos, onde normalmente costumo ver pessoas carrancudas com os olhos cheios de nada e uma expressão de quem já viu melhores dias, quando reparo que, como que por magia, tudo está diferente. Ao meu lado direito vejo um casal de namorados (que, só para que conste, desconfio que sejam os responsáveis pelas das manchas anteriormente mencionadas) que parece estar no auge da felicidade e com umas caras que transpiram felicidade; à minha frente, em pé, está uma senhora com uma certa idade a falar ao telemóvel com o filho, e a assegurá-lo de que chegará a casa a tempo de jantar; atrás de mim vai um grupo de amigos com uma idade, suponho, perto dos 16 anos, a falar, a rir, e a contar piadas porcas (o que é bastante natural).

E o que é que tudo isto tem a ver com o problema das pescas, perguntam vocês? Nada. Mas também isso não interessa nada, seus energúmenos.

Aquilo de que realmente me apercebi foi de que, num dia como outro qulquer, o mundo à minha volta não me parecia tão triste. Parecia-me até um sítio bastante agradável para se viver.

Talvez a felicidade seja de facto um estado de espírito, e o mundo exterior seja uma reflexão do nosso próprio estado de espírito actual. Ou se calhar é tudo aleatório e calhou-me um bom dia, mais nada. Só sei que mais do que nunca, adorei a minha ida bastante rotineira para casa, e apeteceu-me partilhar isso com vocês, leitores assíduos e atentos. E o facto de estar aborrecido também ajudou.

Moral da história? Acho que é basicamente, pondo as 'filosofices' de parte, sejam felizes e aproveitem as pequenas coisas da vida (nada de piadas porcas que para isso estou cá eu). E se por acaso nem sequer acham que o mundo foi, é, ou será algum dia um sítio miserável, considerem-se uns sortudos e vão imediatamente agradecer às pessoas que vos fazem pensar assim. Tenho a certeza que, se for o caso, pensaram em alguém. Isso e não comam demasiadas amoras.



(Se nada disto resultar, podem sempre recorrer à erva. Mas é só uma sugestão.)

domingo, 1 de março de 2009

Oscars 2009: Conclusões

Eu sei que venho a tarde e a más horas, mas a disponibilidade e a própria vontade impediram-me de pôr as unhas aqui no belo espaço, neste oceano que é a blogosfera.

Assim sendo, e como toda a crítica e blogs concluíram, os Oscars deste ano foram verdadeiramente surpreendentes. E mais não se pedia.
Depois dos senhores da Academia terem desprezado quase por completo Changeling, Revolutionary Road e The Wrestler e por completo Grand Torino, a única exigência que se pedia era uma espectáculo que contrastasse com a desilusão de grande parte das nomeações.
E assim foi!

Foi, deveras, uma noite (ou neste lado do Atlântico, madrugada) bastante divertida. A grande surpresa foi, de facto, o host, por quem ninguém tinha grandes expectativas. A verdade é que Hugh Jackman superou todas e mais algumas, pondo a fasquia num nível altíssimo. Realmente, uma cerimónia para mais tarde recordar. Principalmente aquele brilhante momento inicial, onde Jackman pega nas Taglines dos filmes nomeados e as transforma num pequeno musical brilhantemente orquestrado (se não estou em erro) por Baz Luhrman, o realizador do brilhante Moulin Rouge.



Por fim, os vencedores. No meu ponto de vista, as surpresas não foram muitas. Mas talvez algumas injustiças, mas disso já estão muitas linhas escritas e muitos posts dedicados a este facto, em outros blogs ou jornais, portanto, não me vou pôr a debater se Slumdog é ou não um justo vencedor. Vou antes revelar a minha enorme felicidade por Sean Penn ter arrebatado a estatueta naquele que é, a par de Joker de Heath Ledger (também vencedor do careca dourado), a melhor interpretação do ano. Uma vez que Mickey Rourke tinha o prémio à distância de um esticar de braços, os 'académicos' tiveram a consciência de que se Rourke quer provar que está de volta, tem que se esforçar ainda mais do que em The Wrestler. E parece estar no caminho certo.

Outro ponto notório da noite foi a tão esperada vitória da menina que se fez mulher, sempre de mão dada com a academia: Kate Winslet. Embora a sua personagem em The Reader não tenha a força ou intensidade de algumas personagens pela actriz imortalizadas, já estava mais que na hora! Próxima missão académica: Leonardo DiCaprio, O Injustiçado.


Agora só nos falta esperar para ver que surpresas este novo ano nos reserva. O sentimento que tenho é que não vai ser um ano com mesma a qualidade de 2008, pois foi realmente um dos melhores (ou mesmo o melhor) anos cinematograficos dos ultimos tempos. E ainda bem!

Quais as vossas previsões?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Oscars 2009: Previsões


A poucos horas do inicio da gala mais esperada do ano no mundo do cinema, todos os cinéfilos andam alvoraçados e, acima de tudo, ansiosos para ver se os seus favoritos são os contemplados. Nessa toada, aqui ficam as minhas previsões para a gala de logo à noite:

Melhor Filme

Meu Voto: Milk
Vencedor: Slumdog Millionaire

Melhor Realizador

Meu Voto: David Fincher (...Benjamin Button)
Vencedor: Danny Boyle (Slumdog Millionaire)

Melhor Actor:

Meu Voto: Sean Penn (Milk)
Vencedor: Michey Rourke (The Wrestler)

Melhor Actriz:

Meu Voto: Kate Winslet (The Reader)
Vencedora: Meryl Streep (Doubt)

Melhor Actor Secundário

Meu Voto: Heath Ledger (Dark Knight)
Vencedor: Heath Ledger (Dark Knight)

Melhor Actriz Secundária

Meu Voto: Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Vencedora: Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)

Melhor Argumento Original:

Meu Voto: In Bruges
Vencedor: Milk

Melhor Argumento Adaptado:

Meu Voto: The Curious Case of Benjamin Button
Vencedor: Slumdog Millionaire

Melhor Edição

Meu Voto: The Dark Knight
Vencedor: Slumdog Millionaire



Pronto, aqui estão as minhas previsões para as categorias mais importantes da gala de logo à noite no Kodak Theatre. As expectativas não são muito elevadas, mas esperemos que seja minimamente interessante, e acima de tudo, JUSTA.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

CinURSOteca: [REC] 2


Foi com um enorme sorriso nos lábios que recebi a noticia de que [REC] iria ter uma sequela. Depois de surpreender o grande público e a critica especializada [e já agora, a mim!], um dos filmes sensação do ano passado, que arrecadou, entre outros, o prémio de melhor filme no Fantasporto e aquele que é para mim o melhor filme de terror dos últimos anos, irá ter seguimento. Já são muitas as criticas a este segundo [REC], pois o final do primeiro deixa muita história em aberto, pois ficamos sem saber qual as medidas tomadas para exterminar a temida epidemia, porém há quem considere que esta continuação irá estragar a magia do filme. É em consequência deste mesmo factor que [REC] se vai prolongar, para gáudio dos seus fãs. Porém, segundo percebi, ainda não há data marcada para a sua estreia, estando previsto ainda para este ano.

[fonte aqui]

Aqui fica um saboroso teaser com sabor a bolinha de malteser:


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

DescURSObrimentos: Flow

Nem a viagem ao "novo mundo", nem a descoberta do Brasil ou mesmo do país do caril (a.k.a., India) se assemelham às descobertas que o par de ursos mais atraente e letrados do Atlântico Norte farão e "postarão" para vos deliciar.

E inauguro esta aventura de descURSObrimentos com uma fantástica banda musical, os Flow.

Inaugurada em 1998, os Flow são uma banda japonesa de (maioritariamente) rock, com tiques de hip-hop e um je ne sais quoi de punk. Desde o lançamento dos seus três primeiros albuns em 2001 que têm a atenção e admiração da sua nação e conseguiram um reconhecimento algo impressionante. É uma banda um pouco conhecida, e talvez já tenham ouvido algumas das suas músicas pois os Flow têm "por hábito" aparecer em Anime's e jogos electrónicos (nomeadamente nas séries de "Naruto", onde os ninjas fazem aparecer sapos gigante do chão e no jogo "Bone's Eureka Seven" e os seguintes episódios da mesma série).

É uma banda caracterizada por ter músicas enérgicas, cheias de vida e um pouco viciantes, e também pelos vídeo-clips... hum... alternativos, vá.

Mas nada melhor do que ouvirem/verem por vocês mesmos. Aqui têm uma das suas músicas mais conhecidas, que foi o genérico de uma das séries de "Naruto":



E aqui está outra um pouco diferente, para poderem ter a experiência completa. É também um dos vídeos mais parvos que já vi:

Guess who's back

Caros leitores assíduos e pessoas que cá vieram parar aleatoriamente: é com imenso prazer que anuncio que a partir de hoje voltarei a ser um membro participante deste blog (blog que tem tido posts interessantes e de qualidade superior graças ao meu irmão urso), desde que a minha internet não volte a ter crises existenciais e a pensar que é uma beringela de novo (longas horas que eu passei com o meu modem no psiquiatra... *suspira*).

E por isso, e sem mais demoras nem estupidez, começarei de imediato e escrever o post do meu regresso.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Cenas da Vida #1

Todos nós temos uma pequena lista de filmes que precisamos de ver, antes de morrer. Filmes esses que até se podem cruzar connosco a toda a hora, mas que ou passam tão rápido, que nem o enxergamos ou é a azafama da nossa vida que não nos permite roubar um ou outro minuto para riscarmos da lista este ou aquele filme que teimam em querer se mostrar.

Ontem à noite, após várias 'tentativas', consegui finalmente ver o Magnólia. Uma pequena alegoria, de Paul Anderson Thomas (Haverá Sangue), que nos demonstra que coincidências são, usualmente, o prato mais servido do dia, embora atribuamos a razão de determinado acontecimento sempre a alguém ou a algo. Um filme onde histórias se cruzam, e vidas se destroem, por mau manuseamento das mesmas, um pouco ao estilo de Crash, de Paul Haggis.

No entanto, mais do que enaltecer a grandiosidade deste portentoso filme, enalteço uma magnifica cena, que deverá constar em todos os anais do cinema recente, onde todas as personagens principais, um leque impressionante de qualidade artística, onde constam Philip Seymor Hoffman, Julianne Moore, William H. Marcy, Tom Cruise ou John C. Reilly, conformando-se com o rumo negativo que as suas vidas tomaram, a contemplam cantando a melancólica música de Aimee Mann, Wise Up, conhecida pelo povo português por musicar vários anúncios onde aparecem vitimas de acidentes rodoviários.

Eis a excelsa cena:

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

CinURSOteca: Gran Torino


E porque há sempre aqueles filmes que não dá para esperar que cheguem às salas portuguesas, tamanha é a ânsia, recorre-se a meios menos próprios para os enxergar, mas antes uma 'rebeldia' que uma morte por ansiedade, não?

Assim como muitos filmes do final do ano passado e do inicio deste, Gran Torino apareceu rotulado como uma Obra com 'O' grande, e com o selo de qualidade do Mestre (vénia) Clint Eastwood, que não só é o protagonista, assim como o maestro da banda sonora (onde também empresta a voz ao tema principal, acompanhado por Jammie Cullum) e realizador. Diz-se que os grandes homens se destacam pela versatilidade. Seguindo essa premissa, Mr. Eastwood deve ser um poço de testosterona.

Gran Torino é um daquele filmes que, no fim, nos apetece abraça-lo, embrulha-lo e guarda-lo para sempre no bolso. E a personagem de Eastwood tem um carisma e garra que, não fosse a qualidade da concorrência para os senhores dourados de Hollywood (que mais uma vez, deixam um pouco a desejar..), deveria figurar no lote de candidatos.

O filme conta a história de um veterano da guerra da Coreia (Eastwood), que após a morte da sua esposa, se encontra sozinho, acompanhado apenas de um belo exemplar da raça canina, um Labrador. Um homem ressentido e austero, que transporta consigo pequenas mazelas criadas pela guerra. Um patriota que vê com maus olhos a inserção de emigrantes no seu país, principalmente, na sua vizinhança. Porém, como seus vizinhos tem uma família nipónica, com hábitos bastante tradicionais. E a partir daí é ver a evolução da personagem, desde o desprezar completo, até à sua quase inserção na família, que começa a ganhar contornos quando este salva o elemento mais novo da parte rebelde da família, um grupo de gangster, que pretendiam inseri-lo no seu seio. O resto do filme é uma bela história de salvação e atribuição de valores de Eastwood para o jovem adolescente, criando laços bastante firmes de verdadeira amizade, separando as águas que unem a diferença racial da diferença pessoal.

Um pouco ao estilo de América Proibida, onde se percorre o caminho que vai do racismo exacerbado para a salvação da raça, Gran Torino oferece-nos uma das mais belas narrativas dos últimos tempos, onde a violência aparece em segundo plano.

O único problema é que não fala mais abertamente sobre a Guerra, nem tem como personagem um doente mental, nem é um filme sobre a máfia, muito menos é realizado por Stephen Daldry (que consegue o record de ser nomeado para melhor realizar nos três filmes que fez... não sei se não cheira a caldinho... e não é bem dos knorr...). Mesmo assim, Gran Torino consegue, implicitamente, incluir os três primeiros factores. Guerra da Coreia; Feridas Psicológicas; Gangsters. Mas não chega para os senhores de Hollywood. Até porque é preciso "tê-los" bem no lugar para deixar de fora Christopher Nolan (Dark Knight), Eastwood (tanto Gran Torino como Changeling) e Darren Aronofsky (pelo majestoso The Wrestler).

Agora, só estou curioso em saber qual o nome que este filme terá em português... Se Slummdog Millionaire deu para Quem Quer Ser Bilionário, este deve dar para O Meu Ford Grand Torino de 72 'Tá Aqui Que É Uma Beleza. Que raio de brainstorm devem fazer nas empresas responsáveis pelos títulos..

O Trailer



A Bela da Musica (cujo único pecado é não constar na lista de candidatas ao Oscar, vá-se lá saber porquê, principalmente quando o número de vagas de concorrentes está incompleto):


Engines humm
And bitter dreams
Grow
A heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

CinURSOteca: Rescaldo 2008

No dia em que será decidido qual o melhor jogador de futebol do ano que há cerca de duas semanas se despediu de nós, pensei cá para mim "então não é que no fim de todos os anos há sempre um rescaldo dos melhores CDs, filmes, séries, etc etc etc". Embora venha um pouco fora de horas, é hoje também que apresento a minha lista dos 10 melhores filmes de 2008 (embora uns tenham estreado em 2007, mas só chegado até nós em 2008, e outros no fim de 2008 mas só chegam a este país em princípios de 2009).

10.
Lars and the Real Girl
Marcando a estreia de Craig Gillespie na arte da realização, encontramos um filme que podemos facilmente ver numa sessão de sexta-feira à noite na RTP. Este filme trás-nos a história de Lars, (Ryon Gosling) um pacato rapaz, com problema em se inserir no mundo, e da sua enorme paixão por, nem mais nem menos, uma boneca de silicone para fins sexuais. Mas engana-se quem pensa que o pobre Lars a via como algo para estimular o prazer. Pelo contrário. É uma história de amor verdadeiro, quer entre Lars e a boneca de silicone, quer entre os habitantes da vila e Lars, principalmente o irmão e a cunhada, que tudo farão para mantê-lo na ilusão, pois felicidade não era algo que o nosso rapaz conhecia. Para quem tem um coração meloso e um sorriso nos lábios sempre à porta, este filme irá apaixonar-vos .

9.
Iron Man

2008 foi mais um ano marcado por várias filmes sobre super-heróis da banda desenha e das séries de animação que acompanharam a infância dos jovens de hoje em dia. Iron Man é mais um desses filmes que surge dessa enorme lista, mas desta vez trás consigo a atmosfera necessária para fazer destes filmes um sucesso, estando no topo da lista a ENORME prestação de um dos actores mais brilhantes da actualidade, mr. Robert Downey Jr., como Tony Stark, The Iron Man. Pouco mais há dizer. Quem não viu, não sabe certamente o que perde.


Numa altura em que a turma que Judd Apatow uniu em Freaks and Geeks está cada vez mais na moda, Forgetting Sarah Marshall (ou Um Belo Par de... Patins, se preferirem.. Oh Deus!) é o exemplo perfeito disso mesmo. Com o coração partido, depois de Sarah Marshall ter posto termo a um longo relacionamento, Petter tudo tentará para que ela saia da sua cabeça. Porém, a tarefa não será fácil, e é aí que o filme se torna interessante. Mais uma prestação de se lhe tirar o chapéu do grande Jason Segel (com os seus cerca de 1.90m de altura). Sem duvida a melhor comédia do ano.

7.
Felon

Quando pensamos que filmes sobre prisões já estão mais que gastos, eis que surge Felon. Quando ao matar um bandido que tinha entrado na sua habitação, para levar alguns pertences, Wade Porter (Stephen Dorff) pensava que estava a proteger a sua familia (e a sua própria vida,) eis que este é acusado de homicídio, pois o bandido já se encontrava em fuga. Até aqui nada de novo: um suposto "inocente" é preso. Porém, é a luta diária pela sobrevivência dentro do sistema penal que este terá que suportar, que tornam este filme tão possante. Como "escudo protector" de Porter, está um recluso, preso há mais de 20 anos, John Smith (mais uma brilhante interpretação de Val Kilmer, que merecia sem dúvida o devido reconhecimento). Atentamente se averigua que este filme foi baseado num cocktail de Shawshank Redemption e American History X. Mas destaca outros pontos, onde esses dois passaram ao lado.

6.
Changeling
Este é um daqueles filmes em que a premissa "Velhos são os trapos" acenta que nem uma luva. Clint Eastwood, com os seus joviais 78 anos, consegue estar mais na moda que a Linha de Cascais inteira! É espantosa a facilidade com que este Senhor se adapta às inovações que parecem diariamente. Changeling é a prova disso mesmo. Eastwood não só o dirigiu como ainda fez a banda sonora e sabe-se lá mais o quê. Aqui vinha a minha vénia a este astro. Agora, sobre o filme em si, temos a história de uma mãe solteira, cujo filho desaparece. Tornou-se rapidamente num caso mediático e, numa altura em que a famosa policia de Los Angeles anda em crise de protagonismo, vêm na resolução deste caso o álibi ideal para fazer as pazes com o público. Porém, nem tudo é um mar de rosas, pois a criança que estes injectam como o filho desaparecido em nada se assemelha com as memórias da mãe, Mrs Collins (Angelina Jolie). O que se vai ver com o desenrolar do filme, é a luta desenfreada desta mulher, da década 30 (se não estou em erro) para trazer o seu filho de volta. E mais não conto, pois é bom demais para o revelar sem motivo. Porém, ao contrário do que por aí se tem dito e escrito, não considero que Jolie tenha agarrado o papel com as unhas necessárias. Falta carisma e expressão. Falta, acima de tudo, arte. Mas temos aqui um dos filmes do ano, sim senhor! Vejam e deliciem-se.

5.
[REC]
Depois de tempos de grande secura no que toca a filmes de terror de qualidade, eis que surge, vindo dos nossos vizinhos espanhóis, um dos melhores filmes de terror de sempre (crucifiquem-me se quiserem, mas tirando Shining, e mais um ou outro, não sou grande fã dos clássicos). [REC] já leva uma mão cheia de prémios e são mais que merecidos. A história é aparentemente simples, mas complica-se com o decorrer da película. Com o intuito de fazer uma reportagem sobre como é a noite passada num quartel de bombeiros, uma jornalista e um cameraman dirigem-se então ao dito quartel. Porém, quando recebem uma chamada a meio da noite, aparentemente para resolver um simples caso de arrombamento de uma porta, nada previa o que estava para acontecer. De resto, o único spoiler que lanço (para quem ainda não ouviu falar do filme [mas quem será essa alminha?]) é: Zombies! Ai o que eu gosto de Zombies...

4.
The Curious Case of Benjamin Button

Um dos filmes mais badalados dos últimos tempos e com alguma razão de ser. Não é todos os dias que nos chega aos ouvidos uma história sobre um homem que nasceu e cresceu ao contrário. E não, não nasceu pelos pés nem cresceu a fazer o pino. Vivênciou os acontecimentos naturais da vida de forma inversa, pois nasceu com corpo de velho e, com o passar dos tempos, foi rejuvenescendo. E o filme é basicamente isto, assistir às suas alterações fisionómicas, contrastando com as alterações psicológicas. Mas o encaixe dos acontecimentos é bem estudo e sempre introduzidos na altura certa, não fosse o comandante desta nave David Fincher. Brad Pitt está muito aceitável no papel de Benjamin, bem acompanhado pela bela Cate Blanchett, que desta vez fica de fora das nomeações. Um filme bastante aconchegante, com aventuras insólitas e um argumento forte. Não deixem esta pérola passar-vos ao lado.

3.
In Bruges

Atingido que está o topo da tabela, é altura de sentar In Bruges no terceiro lugar do pódio. Relata-nos uma viagem que dois assassinos profissionais fazem à bela cidade de Bruges para umas pequenas férias, após uma atribulada missão, onde Ray (Colin Farrel) matou acidentalmente uma criança, algo que perpetuará para sempre na sua memória. Porém esta viagem não é tão amistosa quanto parece. Uma das melhores comédias negras alguma vez criadas. Não foi sobre falsas perspectivas que In Bruges já arrecadou alguns prémios, entre eles o Globo de Ouro para Colin Farrel (mais que merecido, diga-se!), que teve a seu lado outros dois monstros do cinema, Brendon Gleeson e Ralph Fiennes. Um filme que passou um pouco ao lado por este rectângulo à margem do Atlântico, mas felizmente, agarrei-o a tempo.

2.
Wall-E
Palavras para quê? Já dediquei um post isolado à brilhante saga de Wall-E e EVE por territórios longinquos, além terra. Tudo neste filme parece resultar. O pormenor gráfico, a banda sonora, etc e tal! Um dos filmes do ano e um dos melhores de sempre, pelo menos, no que toca à animação. Parabéns, Pixar.

1.
DARK KNIGHT

Seria talvez previsível, mas Dark Knight tem obrigatoriamente que ser o melhor do ano (obviamente, na minha óptica!). Tal como em Wall-E, tudo neste filme é encaixado na perfeição por esse mestre dos puzzles, de seu nome Christopher Nolan. O ambiente soturno, a paisagem carregada de melancolia, os actores ideias encaixados nas personagens perfeitas. Embora a atmosfera seja tendencialmente negra, tudo parece brilhar. Cenas de acção de cortar a respiração, momentos tensos e asfixiantes, tiragens cómicas fabulosas. Escusado será dizer que a estrela maior deste galáctico filme é o falecido Heath Ledger (também vencedor de um Globo de Ouro, ontem à noite), que com esta interpretação, ficará tatuado para sempre nas memórias de todos os que tiveram o prazer de o ver na tela. Apenas deixo uma nota de descontentamento para com os senhores que seleccionam os nomeados, pois está mais do que na altura de queimar o estigma colado aos filmes de super heróis. É quase criminoso a ausência de Chris Nolan da lista de nomeado.

Terminada a minha pequena lista, deixo ainda uma nota mais que positiva a algumas películas que ficaram de fora da do top, mas não deixam de ser dignos de apreciação:

-> Darjeeling Limited: A história de três irmãos, que vão em viagem em busca do equilibrio perfeito e, acima de tudo, de uma maneira de se entenderem uns com os outros.

-> Cloverfield: Relata a aventura de um grupo de amigos, enquanto fogem de um monstro que invadiu Nova Iorque.

-> Vicky Cristina Barcelona: Novo filme de Woody Allen, que mais uma vez nos presencia com as dificuldades em conseguir singrar no amor, criando um quadrado amoroso bastante interessante, o que nos leva a pensar que por mais que queiramos alterar o rumo da nossa vida, o leme está sempre na mão de outrem.

-> Let The Right One In: Prova de que o cinema sueco não morreu com Ingmar Bergman. Conta a história de uma amizade diferente do habitual, entre uma criança normal, e uma vampira. Um drama intenso, onde a amizade e a sobrevivência andam de mãos dadas. Melhor do que parece, à primeira vista.

-> Zack and Miri Make a Porno: Mais uma vez a prova de que Judd Apatow criou bem as suas "crianças". Neste filme, dois amigos, que dividem um apartamento, resolvem fazer um filme porno para acabar com a crise que se abate nas suas carteiras e aproveitam para descobrir o amor.

-> Tropa de Elite: Cinema brasileiro ao mais alto nível. A vida das favelas na perspectiva da policia especial de intervenção, aka BOPE. A um passo de distância de Cidade de Deus. Breathtaking..


Como disse no post anterior, Hollywood encontrou novamente a poção mágica da 7ª Arte e parece ladrilhar a rua certa e o novo ano apresenta um vasta lista de potenciais êxitos. Por outro prisma, é bom saber que o bom cinema não se faz só em terras do Tio Sam. A globalização da qualidade cinematográfica atinge cada vez mais todos os pontos indicados na rosa dos ventos. Esperemos que o nossa pequeno rectângulo à beira mar não fique ainda mais quadrado e crie arestas suficientemente amplas para seguir o caminho certo.

Bom ano e bons filmes!